Nossa vida com Alice… e baby! :)

Monster High? Galinha Pintadinha de pelúcia? Furby? Que nada! 🙂 O presente da bebê pig de Natal já foi encomendado: Um irmãozinho! 😀 ho ho ho!

Na imagem: ultrassom com um bebê usando um chapéu de papai noel.

Na imagem: ultrassom com o bebê usando um chapéu de papai noel.

É com muita alegria que divido com vocês esta novidade! A nossa família vai aumentar! 🙂 Nossa vida agora é com Alice e… baby! (ainda estamos decidindo o nome, aceitamos sugestões, hihi). Eu e o Thomas sempre quisemos mais de um filho, por isso logo nos animamos em formar uma duplinha. E do jeito que esse pequeno se mexe na barriga, essa duplinha vai ser do barulho! Minha intuição materna erra pela segunda vez: na primeira achei que era menino e dessa vez jurava que era menina. Estava tão certa que levei um susto quando descobri que era um guri. Adorei!

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Na imagem: Alice sorrindo com um balão de fala escrito “Eba! Vou ganhar um irmãozinho!”

– “Eu sou tão fofa que meus pais decidiram fabricar mais um!” :}

Código Morse

Tenho dado poucas novidades sobre o desenvolvimento da Alice por aqui, né? Em se tratando de ganho motor temos poucas novidades, em compensação no desenvolvimento da fala a bebê pig tá que tá. Tem dias em que ela acorda inspirada e passa o dia inteiro tagarelando (na lingua dela, claro). Já forma várias frases de duas palavras e de vez em quando até arrisca algumas de três (além de vários sinais em asl). Tenho que criar vergonha na cara e organizar um Alicionário, para registrar todas as pérolas que ela solta. Devo deixar claro que na maioria das vezes ela fala uma lingua só dela, o bebêpiguês, mas que eu, por passar o dia inteiro todo com ela, já passei a entender quase tudo. Por exemplo:

Quando ela fala: amamã-dê-mmm-papá
Eu sei que ela quer dizer: Mamãe, cadê meu papai?

Ou então quando ela fala: ó! uta! auauá!
Eu já sei que é: Ó mãe, escuta o cachorrinho latindo!

Mas daí ela achou que o bebêpiguês estava ficando muito fácil para mim, e agora fala também em código morse. (Ela passou o dia inteiro fazendo isso, mas claro que quando peguei a câmera só consegui filmar um pouquinho).

Alice falando em código morse from Nossa vida com Alice on Vimeo.

“Decifra essa, mamãe! hihi”

Quando eu fico ansiosa por não ver muitas novidades no seu desenvolvimento motor, tento focar nos tantos outros ganhos que ela tem apresentado. Não é ignorar nem negligenciar suas dificuldades, e sim dar o merecido valor aos seus talentos. 🙂

Anjinha, eu?

Na barriga ela fazia uma bagunça imensa. Decidiu quando ia nascer, 3 semanas antes do previsto, só pra mostrar quem mandava na parada. E já nasceu se esgoelando de tanto chorar, pra dar aquele choque de realidade para os pais novatos. Hipotonia? Há, só os mais habilidosos conseguiam trocar a fralda daquela recém nascida que mais parecia uma perereca! Esse bebê parece um anjinho caído do céu para você? Pois é, pra mim também não 🙂

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Na imagem: Alice fantasiada de anjo, com os dizeres: Anjinha? Sabe nada, Inocente! 🙂

Sabem, eu estou há um tempo querendo escrever este post. Tenho um pouco de receio de escrever temas ~polêmicos~ aqui no blog, pois gosto de manter o astral do NVCA leve e alegre. E eu acredito que cada família tem seus valores, sua realidade, e longe de mim querer impor minhas opiniões na criação de outras crianças. Não tenho nem formação para isso 🙂 Mas algo que eu sempre tive vontade de debater aqui no blog é sobre o grande mito de que todas as crianças com SD são “Anjinhos”.

Se ser um anjo é ser uma pessoa sem defeitos, acima do bem e do mal, superior, não tenho o mínimo interesse de que a bebê pig seja chamada assim. Que pressão enorme para uma criança, ser considerada perfeita e sem defeitos. A Alice não é um anjinho, ela é uma criança normal, sapeca, como qualquer outra. É uma figura e tem uma personalidade que só. Conseguir vesti-la é um desafio. Aprendeu rapidinho a usar seu charme para conseguir o que quer.

Aliás, eu tenho o prazer de conviver com algumas crianças com síndrome de Down, e entre o que derruba energético na cabeça um minuto antes de sair de casa, o outro que estica o pé para o amiguinho tropeçar e cair (para citar alguns exemplos rápidos que vieram em minha cabeça), posso dizer que são pessoas comuns, com seus defeitos e qualidades, aptidões e deficiências.

O perigo de encarar uma pessoa como perfeita, incapaz de cometer erros, é que nós podemos cair equívoco de não a disciplinarmos corretamente, de a infantilizarmos, de não educarmos um cidadão que faça parte da sociedade, com noções de economia, educação sexual, deveres e responsabilidades. E criança, independente de ter deficiência intelectual ou não, é um serzinho bem inteligente, sabe? Se ele nota que está sendo tratado de forma diferente, logo arquiteta em como usar isso ao seu favor. 😉

E como será que o irmãozinho, priminho, coleguinha desse “anjinho” se sente, ao ser deixado de fora desse pedestal? Será que ele não se sente inferiorizado? Será que ele não transmitirá esse ressentimento para a outra criança? São questões a se pensar. Não quero desrespeitar a crença e religião de ninguém. Se você considera que crianças são anjos e presentes de Deus, acho o pensamento maravilhoso, mas principalmente quando inclui todas as crianças.