Estimular é um barato: Tinta comestível!

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Opa, fazia tempo que não pintava um “estimular é um barato” por aqui, né? Andei um tempo meio desanimada, mas agora voltei com tudo, baby! 😉 No post de hoje vou falar especificamente sobre tinta comestível, sugerir algumas receitas e dar algumas dicas.

Não sei como é aí na casa de vocês, mas a minha pequena aqui ama lanchar o giz de cera, aperitivar uma massinha colorida e de sobremesa saborear uma tinta cor de rosa. Como eu gosto de deixá-la bem livre brincando, ao invés de ficar “Não come! Cospe isso! Não é papá!” o tempo todo, por aqui a solução são os materiais comestíveis.

Seguem algumas receitas que encontrei pela internet e já testei aqui em casa:

Tinta Neve:

  • 1 xícara de farinha de trigo
  • 1 xícara de sal
  • 1 xícara de água

Atenção para o modo de preparo, veja que complicado: misture tudo! 😀 Você pode dividir em potes diferentes e usar diferentes corantes alimentícios em cada porção.

Tinta de farinha:

  • farinha de trigo
  • água
  • corante alimentício

Misture 1 xícara de farinha e 3 xícaras de água em uma panela. Ferva até que a mistura esteja densa. Espere esfriar e acrescente os corantes alimentares.

Tinta de maizena (minha preferida!)

  • amido de milho (maizena)
  • água
Misture 4 colheres de amido de milho, três colheres de água e mexa em uma xícara com água fervendo. Quando a mistura esfriar, acrescente corante para alimentos e coloque na geladeira ou deixe esfriar naturalmente.
Cores naturais! 🙂
Caso seu bebê seja muito pequeno, ou você queira ser mais natural ainda, existem várias opções naturais de coloração, como beterraba, abóbora, café, chás.

Como brincar?

Algumas sugestões de brincadeira “dirigida”: você pode brincar conceitos de temperatura, fazendo uma tinta gelada, uma em temperatura ambiente e uma morna. Você também pode brincar com densidades, fazendo uma tinta mais espessa e uma mais rala. Além disso, você pode mostrar como as cores formam outras cores quando misturadas, desenhar a inicial do nome da criança no papel, etc. Ao brincar com tinta você estimula a criatividade, a propriocepção, o vocabulário…

Vantagens da tinta caseira:

Segurança: A vantagem principal é a segurança. São materiais bem menos tóxicos para nossos pequenos. E essa segurança se traduz em liberdade de deixá-los brincar livremente, fazendo com que o momento fique bem mais descontraído (sem precisar virar a mãe da propaganda do batom: “não-não-não-não-não“, aliás odeio essa propaganda.)

O bolso: vocês já viram o preço dos potes de tinta ultimamente? Eu quase caio pra trás! Nessa etapa que está a Alice, o legal é brincar sem medo de gastar a tinta, se melecando mesmo, então quanto mais em conta for o material melhor. A tinta de farinha, por exemplo, fica super barata e rende bastante.

Natureza: por não utilizar diversas embalagens e potes, e sim materiais biodegradáveis, a nossa tinta ainda por cima é ecofriendly 😀 talvez por ser bem natural, a tinta sai com facilidade das mãos e das roupas! Mas também não vai se animar e brincar em cima daquele seu sofá branco preferido, hein? Não me responsabilizo, hehe.

Dicas:

Compre poucos corantes, e vá brincando com a combinação de tons que eles proporcionam! Sugiro comprar apenas 3, nas cores rosa, azul e amarelo, pois elas são primárias e dão origem a diversas outras tonalidades. E coloque pouco corante! Um pote grande precisa de apenas 3 gotinhas para ficar com uma cor super bonita.

Escolha um espaço onde a criança se sinta segura e confortável. Eu brinquei algumas vezes com a Alice no chão, em cima de uma grande folha de papel craft, e outras com ela sentadinha em sua mesa nova.

Utilize um papel com uma gramatura mais robusta, dessa forma a umidade da tinta não rasga a folha. Ainda sobre o papel, escolha um bem grande, de forma que ele não fique “patinando”, atrapalhando os movimentos da criança. Alguns pais costumam grudar o papel com fita adesiva na mesa, também funciona.

Caso seu filho já seja um pouco maior e/ou habilidoso manualmente, você pode escolher uma receita de tinta que não vá ao fogo e pedir sua ajuda para fazê-la! É uma boa maneira de entreter de repente aquele irmão mais velho com a brincadeira do mano mais novo. Eles podem também a ajudar a limpar os pincéis e os potes, aprendendo assim responsabilidades.

E agora algumas fotos da pequena lanchando se divertindo! 🙂

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Duck Face

Minha irmã Stella mora bem pertinho de mim, e então de vez em quando eu gosto de ir lá a pé, passear com a bebê pig, acordar a prima Rafa, e incomodar um pouco, hehe. Semana passada fui lá em uma manhã, e fiquei conversando com as duas (Rafa e Stella), enquanto a Alice brincava obcecada entretida com os controles remotos no sofá. Conversa vai conversa vem, eu e minha irmã começamos a rir de pessoas que tem mania de fazer “Duck Face“.

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Na imagem: montagem da monalisa segurando um iPhone e fazendo “duck face”.

(pausa para explicação: já ouviram falar na expressão “Duck Face”? é o apelido engraçado que deram para meninas que fazem um bico exagerado quando estão tirando uma selfie, tentando ficar bonitas, mas que ficam na realidade parecendo um pato). Minha sobrinha não sabia exatamente o que era, então eu e minha irmã ficamos imitando, para explicar.

No mesmo dia, a tarde, estava brincando com a Alice aqui em casa, e aproveitei para fazer umas fotos dela. E, toda vez que eu apontava a câmera para ela, e pedia uma pose ela fazia uma careta muito engraçada. Eu pensava “de onde a Alice tirou isso, será que ela tá com dor de barriga?” Em seguida caiu minha ficha: Ela estava imitando nossa duck face! Era só eu mirar a câmera nela, e pimba: ela fazia essa carinha linda (sim, porque até tentando fazer duck face bebê pig consegue ser fofa).

Na imagem: Alice fazendo duck face comendo, brincando, no meu colo...

Na imagem: Alice fazendo duck face comendo, brincando, no meu colo…

Naturalmente, alguns dias se passaram, e ela se esqueceu disso (e voltou a me ignorar quando peço uma pose para a foto). Mas, com a ajuda desse episódio, relembrei duas coisas: 1: Seu filho pode ter deficiência intelectual, pode ter atraso no desenvolvimento da fala, mas nunca subestime o poder de compreensão de uma criança! 2: O exemplo é mesmo a melhor forma de educar. Nós podemos ensinar nossos filhos a serem pessoas legais, mas nada como dar o exemplo. Afinal, eles são umas esponjinhas! 🙂

Educação amorosa e Disciplina Positiva

Educar um filho com disciplina positiva pode ser complicado. Afinal, quebrar antigos paradigmas, sair do lugar comum e repensar tudo aquilo que você acreditava ser certo (ou pelo menos normal) é sempre um desafio. Mas eu sempre tive essa mania de refletir sobre tudo e com a educação da Alice não foi diferente. Antes mesmo de engravidar eu já era contra violência física, principalmente como recurso educativo voltado para crianças. O que eu não sabia é que existem tantas maneiras e mecanismos de educar de forma inversa a isso, combinando disciplina e afeto.

(Uma pausa para uma explicação necessária: não quero aqui impor minha forma de educar a ninguém, não sou especialista nisso e acho que nem é o foco deste blog. Sou mãe há tão pouco tempo, e tenho tanto a aprender… Este post é para quem já acredita na ideia de que podemos educar nossos filhos sem recorrer a violência, ou tem vontade de mudar e não sabe como. :))

Voltando ao assunto: mas se na teoria falar sobre paciência e compreensão é fácil, nós sabemos que na prática é muito mais complicado. É filho indo colocar a mão na panela quente, é uma montanha de roupas para lavar, são contas se acumulando para pagar, irmão mais velho chorando por atenção… Quando você vê, está completamente assoberbada e o jogo de cintura para lidar com um “chilique” do seu filho *puf!* desaparece.

Além disso, de maneira geral, educar um filho com deficiência pode deixar este processo mais desafiador ainda. É um conjunto complexo de fatores: uma comunicação que pode não ser tão eficaz devido um atraso no processo de fala, uma rotina com terapias que pode muitas vezes esgotar uma mãe, uma possível deficiência intelectual mais acentuada, que compromete a compreensão… Ou seja, se normalmente as famílias precisam de suporte e orientação para conseguir colocar em prática uma disciplina afetuosa, para mães/pais de filhos com deficiência esta rede de apoio se torna imprescindível.

Nem vou me arriscar a dar dicas sobre esse assusto por aqui, pois estou apenas começando a aprender sobre isso. Mas existem vários locais onde encontramos orientações sobre como praticar uma criação com apego e respeito: blogs, grupos de discussão, livros, que esclarecem que educar com respeito vai muito além de “não bater”. É ter empatia com os sentimentos dos nossos filhos, ser respeitoso com a alimentação de nossas crianças, é pensar bem nas palavras que usamos… Para você que teve paciência de ler meu post até aqui, então ficam duas dicas de lugares que tenho buscado inspiração neste sentido recentemente.

educar_sem_violenciaPrimeiramente o livro “Educar sem violência – Criando filhos sem palmadas” das autoras Ligia Sena e Andreia Mortensen. “Com artigos científicos, experiências pessoais e depoimentos de mães e pais, as autoras mostram que a disciplina positiva pode levar nossos filhos muito mais longe (e felizes).” (resumo da revista Crescer).

E tem também o ótimo blog “Paizinho, vírgula!” do Thiago, pai do Dante. “Thiago Queiroz é marido, pai e engenheiro. Após o nascimento de seu filho, passou a se envolver, ativa e intuitivamente, com a Criação com Apego. Sua logo_paizinho_h250pxdedicação à paternagem o levou a criar o grupo Criação com Apego no Facebook, oferecendo apoio e acolhimento virtual (e, muitas vezes, também presencial) a muitos pais. É também autor do blog Paizinho, Vírgula!, um dos poucos blogs atuais escritos por pais em busca de uma forma mais amorosa e conectada de criar os filhos.

Ah! E para quem é de Floripa, amanhã será o lançamento do livro Educar sem violência na livraria Saraiva do Shopping, com direito a sessão de autógrafos da autora Ligia aka Cientista que virou mãe. 🙂