Estimular é um barato: livro personalizado!

Desenvolvimento da fala
Pessoas com síndrome de Down apresentam dificuldade no desenvolvimento da fala, por uma série de motivos. Com a nossa pequena Alice não é diferente: por mais que o seu atraso não seja tão expressivo, já podemos observar que ela precisa de apoio extra e incentivo dirigido neste campo. Pensando nela e em pessoas com dificuldade na fala, minha dica de estimulação desta vez é a criação de um livro personalizado, reciclando um livro antigo que sua criança não use mais!

Temas próximos e de interesse
Mas e como escolher um bom tema? Bom, não sou especialista em estimulação infantil, mas me parece que uma boa maneira de envolver a criança em uma atividade seja trazer aquilo para a realidade dela, apostando no que ela gosta e conhece. Um exemplo: para minha Alice é muito mais fácil compreender o conceito “P de popó” do que “P de palhaço”. Por mais infantil e lúdico que seja o tema circo, ainda não faz parte de seu repertório, sendo assim menos interessante que a galinha azul.

Na image: livro da alice com páginas coloridas e uma foto sua na capa.

Na imagem: livro da alice com páginas coloridas e uma foto sua na capa.

Livrinho da alice
Para a minha pequena decidi bolar um livro com as palavras que ela mais fala, para incentivar que ela se solte mais ainda. No caso da Alice, as palavras mais faladas são os nomes e apelidos de pessoas próximas à ela. Para deixar o livro bem atrativo visualmente, usei fotos simples contrastando com fundos coloridos. Fiz isso no photoshop, mas quem não for muito bom no computador, pode fazer isso com fotos, tesoura e papel colorido!

Detalhe da página com a foto dos padrinhos.

Detalhe da página com a foto dos padrinhos.

Pareamento e introdução às palavras
Alem disso, noto que ela já demonstra interesse em parear, então procurei organizar as páginas sempre em “pares”: papai + mamãe, vovô + vovó, dindo + dinda, etc. Para as palavras usei uma fonte em caixa baixa, simples, arredondada e em vermelho. Sinceramente não sei qual a melhor maneira de apresentar graficamente (no sentido de qual melhor fonte a usar, qual o tamanho, etc) palavras para as crianças, fui seguindo minha intuição.
Atualização: Algumas pessoas comentaram aqui no blog e no facebook que é mais interessante usar as palavras em caixa alta neste primeiro momento, pois são mais simples e mais fáceis de copiar! 🙂

Dicas NVCA:
1) Procure usar fotos ou desenhos que sejam simples, de fácil entendimento e com o fundo liso.
2) Para as palavras, prefira fontes simples e com contraste com o papel.

Reciclando um livro antigo
Como crianças com SD também podem apresentar dificuldade na motricidade fina, quis fazer um livro com páginas durinhas, que fossem fáceis de manusear. Assim sendo, como base utilizei um livrinho que ela já não dava muita bola. Colei as imagens com cola bastão e passei papel contact por cima, pra resistirem mais tempo aos dedinhos melados e aos dentinhos afiados. Quem quiser algo mais profissional, pode encomendar um livrinho nesses sites que revelam fotos! E para quem não tiver problema com motricidade fina, pode imprimir direto em uma folhinha mais dura, e depois encadernar, grampear, costurar…

Na imagem: mãozinha da Alice pegando o livro.

Na imagem: mãozinha da Alice pegando o livro.

Sucesso de publico e critica
A Alice a-mou o livro! Não imaginei que fosse gostar tanto. Ficou com o olhinho brilhando ao reconhecer tanta gente que ela gostava. Ela ainda não acerta todos os nomes/palavras do livrinho, mas já fala a maior parte. Assim que sobrar um tempinho (tá difícil) quero colocar um video dela folheando o livro e falando os nomes. Enquanto isso fiquem com fotos dela e do livrinho:

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16 comentários sobre “Estimular é um barato: livro personalizado!

  1. raquel disse:

    Que lindo!!! Parabéns pela ideia e obrigada por compartilhar. A terapeuta do meu filho nos trouxe um álbum de fotos pequeno, para colocar fotos das pessoas que ele conhece e também de situações tipo: comendo, dormindo, brincando etc etc. Ao invés da palavra ela sugeriu colocar um quadradinho com a linguagem de sinal respectiva. Legal a ideia de usar um livro velho durinho, a vantagem do álbum é que já é plastificado hehe mas se for molinho tem que usar papelão ou algum material duro pra ficar mais firme.
    Abraço
    Raquel

  2. Camilla disse:

    Oi Carol!
    Acompanho sempre seus posts e não sou muito de comentar, só de me encantar com sua dedicação, capricho e fofuras da pequena Alice. Mas, sou professora e fiquei com vontade de dar um palpitinho… Tudo bem, né?
    Quando a gente começa a trabalhar escrita com as crianças costumamos apresentar tudo em maiúscula (CAIXA ALTA), pois as letras são menos desenhadas, mas fáceis de reconhecer e futuramente copiar. Sei que agora não é momento de pensar em alfabetizar Alice, mas o livro ficou tão lindo que certamente (se sobreviver até lá) no futuro pode ser um ótimo material para despertar seu interesse para a linguagem escrita… E como vc comentou sua incerteza, achei que valia uma dica.
    Parabéns! Pelo livro e pela filha!
    Camilla

  3. Cláudia disse:

    Fantástico!!! Vou utilizar a técnica com o meu tio, que tem síndrome de Down e já está na terceira idade, com 62, e que precisa novamente de muitos estímulos! Parabéns pela ideia!

  4. Nivia disse:

    Sensacional a idéia, eu vejo a Catarine sempre pegando seus livrinhos e tentando ler e nunca tinha pensado nisso vou fazer obrigada

  5. Silvia disse:

    Alice, adorei seu blog e gostaria muito que vc entrasse se possivel em contato comigo atraves do meu e-mail. Estou a procura de uma fono e escola para minha filha com SD. Grata.

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